Muhammad Abd-al-Rahman Barker (Phillip Barker) nasceu em três de Novembro de 1929. È um professor aposentado e criador de um dos primeiros RPGs de fantasia, Empire of the Petal Throne, além de autor de vários romances de fantasia/ficção científica ambientados em Tékumel.
Nascido em Spokane ,Washington, desde criança tinha grande interesse em “contos de fadas”, história e literatura, que seriam mais tarde influenciados por filmes como O Ladrão de Bagdá e que ajudaram a transformar os seus clássicos soldados de chumbo em personagens mais inclinados para fantasia.
Destas brincadeiras nasceu Tsolyanu, seu primeiro mundo fictício, que mais tarde se tornaria Tékumel. Este mundo emergiu e floresceu durante os anos de ensino fundamental e médio, quando Barker iniciou a construção de exércitos esculpidos a mão para representar suas criações. Também em uma idade bastante precoce, teve seu interesse por idiomas despertado através de crianças vizinhas, de origem Basca, que por meio de sua língua nativa eram capazes de excluir outras pessoas de suas conversas.
Pouco antes de 1950, enquanto estudava na Universidade de Washington, passou a escrever artigos, contos e comentários para publicações locais e a se corresponder com outros autores, incluindo Lin Carter, cujos escritos e experimentos lingüísticos serviram de incentivo para que Barker finalmente colocasse no papel a história do mundo que havia criado.
Em 1951 recebeu uma bolsa para estudar línguas nativas americanas, e neste mesmo ano, em sua primeira viagem à Índia se converteu ao Islã – “por razões puramente teológicas. Parecia ser a religião mais lógica“. Barker admitiu que “após ouvir as recitações dos 99 nomes de Alá no Taj Mahal” foi tomado por um sentimento de inimaginável êxtase religioso.
Barker freqüentou a Universidade de Berkeley na Califórnia em seus estudos de pós-graduação. Escreveu uma dissertação sobre linguagem Klamath, coletando mitos tradicionais, lendas, contos e histórias orais que posteriormente foram publicados um dicionário de gramática e lingüística do idioma.
De 1958 até 1972, Barker lecionou no Instituto de Estudos Islâmicos da Universidade McGill e tornou-se ativo no desenvolvimento de materiais de instrução dos idiomas Urdu e Baluchi. Em 1972 passou a lecionar na Universidade de Minnesota, onde ele presidiu o Departamento de Estudos do Sul da Ásia, até sua aposentadoria no início da década de 1990.
Mesmo lecionando em Berkeley, Barker não abandonou seu projeto de criação do mundo de Tékumel. Apesar de não ter mais um papel tão ativo na publicação de ficção científica e fantasia, havia começado a testar uma versão de jogo com um grupo de fãs de ficção científica, incluindo os colegas lingüistas Bill Shipley e Victor Golla, e a produzir documentos elaborados para dar suporte a este mundo criado.
Ao se mudar de Minneapolis para Lake Geneva, Barker assistiu uma sessão de Dungeons & Dragons conduzida por Mike Mornard (um dos jogadores originais de D&D) e resolveu criar um conjunto de regras ambientadas em seu próprio mundo, utilizando a mecânica do D&D.
Em agosto de 1975 Empire of the Petal Throne foi auto-publicado por Barker. Imediatamente surgiram grupos de jogo, que incluíam membros ocasionais como Dave Arneson – que elegeu Barker e Tékumel como seu GM e seu cenário favoritos.
Uma vez que o trabalho de Barker havia capturado a atenção de Gary Gygax, em a TSR decidiu publicar uma versão revisada da mecânica do jogo, juntamente com uma versão condensada do cenário de campanha criado por Barker.
Gygax fez comparações freqüentes entre o mundo de Tékumel e a Terra-Média de J.R.R. Tolkien – não em termos de literatura criada, nem de que seu trabalho era derivado de Tolkien (Tékumel já estava em um estágio de criação bem avançado no momento em que O Senhor dos Anéis foi lançado), mas sim sobre os detalhes e a profundidade do cenário, os mitos e a lingüística – e concluiu que os trabalhos de Barker tinha uma vantagem sobre os de Tolkien em termos de questões relacionadas com o RPG, uma vez que Tékumel havia sido desenvolvido por um gamer, enquanto que Tolkien não possuía este background e havia morrido antes do lançamento do D&D, sendo incapaz de abordar este novo passatempo pessoalmente.
Apesar de Empire of the Petal Throne possuir uma vantagem sobre outros cenários em termos profundidade e ter recebido quatro edições – com vários suplementos, revistas e romances, Tékumel, tanto no RPG quanto na literatura ainda é desconhecido pelo grande público, levando revista alemã Der Spiegel a publicar em 2009 um artigo sobre a vida de Barker, intitulado “Der Vergessene Tolkien” – O Tolkien Esquecido.
O artigo cita amigos e conhecidos de Barker que afirmam que este fato pode se dar, pelo menos em parte, pela não familiaridade com o cenário. Tékumel é completamente alienígena em comparação com o modelo padrão de sociedade ocidental presente em outros cenários, como em o Senhor dos Anéis, por exemplo.
De acordo com Gary Fine, autor de Shared Fantasy: Role Playing Games as Social Worlds, o mundo ainda não estava preparado para Tékumel, pois ele foi lançado em uma época em que os jogadores haviam apenas começado a experimentar seus próprios mundos inventados, ao invés de encaixar seu jogo em cenários pré-definidos. Um novo mundo, não presente nos domínios literários ou com romances em seu background era algo extremamente não usual.
Em 2008, juntamente com muitos de seus jogadores de longa data, Barker criou a Fundação Tékumel, para preservar e gerir os direitos relacionados com suas criações no futuro. Ele e sua esposa, Ambereen, atualmente residem em Minneapolis.
bem interessante por acaso lembra dark sun?