Ok, vamos criar o nosso próprio sistema de rpg! Na verdade a decisão não foi tomada assim, ela surgiu de uma fusão de ideias e vontades. O próprio Raccoon já vinha a um tempo querendo lançar um rpg com um cenário baseado no Império Romano, eu por outro lado, venho a um tempo narrando, reclamando e ouvindo reclamações sobre vários sistemas de jogo. Depois de buscar as maneiras mais fáceis de editar um livro e não conseguir, decidimos nos engajar neste trabalho, o de criar um sistema próprio de rpg com o Império Romano no centro das atenções.
Agora temos algumas questões que andam em paralelo e que não queremos resolver separadamente, o cenário e as regras. Antes de decidir como vai ser a mecânica do jogo é melhor definir em que época as aventuras se passam, se vai ter magia ou não, qual vai ser o foco principal dos personagens, quem serão os inimigos, etc…
Como eu disse antes, a ideia inicial é criar um jogo que se passe num ambiente estilo Roma antiga. Algumas características adicionais que pensamos em incluir são o uso da magia e algumas criaturas mitológicas. Depois de pesquisar um pouco começamos a construir um pouco melhor a fantasia, sabemos que os romanos tinham uma característica de agregar várias crenças, respeitando deuses dos povos dominados e incorporando lendas.
Tendo isto em mente enquanto líamos mais sobre o assunto, vimos que poderíamos utilizar um mito dos múltiplos reinos. Este mito se repete em várias culturas, na asiática, indígena, europeia e até mesmo a cristã classifica o reino dos céus e o inferno. Acho interessante colocar o nosso cenário como um lugar que está entre o inferno, o mundo como conhecemos e o lugar onde os deuses se encontram, inclusive o nosso mundo poderia ser considerado um passo mais longe do céu, onde a magia não existe e os povos estão em constantes guerras e são assolados por pragas e pestes.
Seguindo o mito de Yggdrasil, a árvore da mitologia nórdica que sustenta o universo, o reino onde se passa o jogo pode ser um lugar entre Midgard, o nosso mundo real, Asgard, o reino dos deuses, Álfheimr, o reino dos álfar (elfos), Svartálfaheimr, o reino dos svart álfar (anões), Nilfheimr e Muspellheimr, o reino do gelo e do fogo povoado por gigantes e Helheimr, o reino dos mortos.
Adoro a maneira como estes mitos nórdicos se misturam com as lendas celtas sobre duendes (anões), fadas (elfos) e trolls (gigantes) e como os romanos foram absorvendo alguns deles e transformando em histórias e superstições. Já me perguntaram se isso não ia ficar uma mistura muito grande e eu acho que não, os romanos realmente estenderam o seu império até a Escócia e a metade da Alemanha, e realmente tiveram contato com estas culturas.
Na verdade ouso a dizer que alguns dos maiores ícones do mundo nerd de rpgs foram inspirados nestas mitologias. Ou vocês acham que os elfos, anões e trolls foram criações de Tolkien ou de D&D? Até mesmo os orcs, foram provavelmente inspirados nos seguidores de um deus do submundo romano chamado Orcus. Há! Aposto que até os jogadores de Pathfinder achavam que este personagem era uma ideia brilhante dos seus criadores.
Vou voltar a pesquisar um pouco e moldar melhor estes pensamentos. Acho legal criar um rpg no qual eu posso incluir todas estas lendas que estão tão enraizadas no nosso conhecimento geral, e dar o crédito para os seus verdadeiros donos.
Primeiramente queria desejar muita sorte nesta nova empreitada.
Vocês acham mesmo necessário a criação de um novo sistema? Existem tantos sistemas será que nenhum atende as expectativas do cenário de vocês?
Eu esperaria ver algo usando o sistema de Tagmar, do Mighty Blade ou do Old Dragon que também são nacionais e tem seu espaço, sem contar o D20 e o 3D&T também. Fora isso chegou no Brasil o Savage Worlds que é um sistema muito bom, além do bom e velho Gurps.
Gostei da ideia do cenário, tenho que certeza que vai ser ótimo, só acho que voces poderiam refletir um pouco mais sobre o sistema, talvez metade do caminho já esteja pronto.
Boa sorte
Obrigado Marcelo pela observação, a sua pergunta é muito pertinente, na verdade ela gerou uma das nossas maiores discussões antes de começar o projeto.
Do ponto de vista de uma editora nós queremos um material que possamos editar, imprimir, vender e comercializar, então todos os sistemas que são “licenciados para impressão, cópia, e distribuição, desde que não seja para fins comerciais”, estão fora.
Mas então porque não fazer um suplemento para algum sistema de Open Game License ou porque não traduzir um sistema estrangeiro e lançar no Brasil, eu mesmo me pergunto? Essa pergunta é difícil responder de maneira puramente técnica.
Não queremos que um título da Raccoon seja mais um dos 240 suplementos de um sistema e nem conseguimos encontrar um sistema de fora que fosse bom e que as condições das editoras fossem razoáveis para lançarmos no Brasil. Enfim, tentamos e chegamos a conclusão temporária de lançar um rpg que contasse com a participação do público.
Talvez, existe sempre a possibilidade, de chegarmos no final do trabalho e percebermos que teria sido mais fácil seguir outro caminho. Mas então se a jornada vai ser longa, pelo menos que aproveitemos a viagem.
PS: Sou fã de Tagmar, não gosto do D20 e suas variações, acho que GURPS não é pra qualquer um, nunca joguei Mighty Blade, acho Savage Worlds muito interessante, e meu sistema predileto é o novo World of Darkness.
Adorei o seu comentário e espero que você participe desta gestação, é sempre bom ter gente com bom senso fazendo parte de uma discussão. ;)
Salve Nickel
Primeiramente fiquei muito feliz com o retorno da Rocky Raccoon como loja, ainda tenho meu livro dos monstros do AD&D, que comprei na loja quando ela ficava na Emiliano Perneta.
Em segunda estancia, fico feliz com os rumos que a loja e agora editora tem tomado, e parabenizo por essa nova jornada para a criação do sistema de RPG de vocês.
Sou jogador de Daemon (não joguem pedras ainda e guardem seus forcados por enquanto), sei que o sistema tem suas falhas (que não são poucas) e até certo ponto não defendo muito o sistema, ao invés disso trabalho na sua customização, criando regras alternativas e testando na minha mesa de jogo.
Não sei se o desenvolvimento do sistema vai ser colaborativo, mas se for gostaria de participar.
Abraço e boa jornada.
Olá Anderson
Obrigado pelo apoio, sempre fico feliz quando alguém nos deseja sorte.
Realmente queremos desenvolver este sistema com a participação do público, não sei ainda exatamente qual vai ser a plataforma pra que esta troca de informações ocorra, mas vou avisar os interessados assim que for definido. Por enquanto vamos lançando as ideias no blog mesmo e vendo a reação do pessoal.
E quanto ao Daemon, cara, acho interessante, nunca joguei mas sei que é parecido com o Runequest, que tem uma ideias bacanas. Fiz a mesma coisa de adaptar regras quando eu jogava Tagmar, hoje decidi escrever um sistema do meu “gosto”. :D
Obrigado e mantenhamos contato!