Em entrevista ao site The Atlantic, George R.R. Martin admitiu que talvez não consiga encerrar a série Song of Ice and Fire com somente mais dois livros.
Ele afirmou que costurar tudo em mais dois livros é “meu plano, minha intenção, é o que eu estou tentando fazer”. Mas ele reitera que melhor do que prometer é escrever e que a série foi originalmente planejada como uma trilogia, mas cresceu “um pouco” desde então.
Durante a entrevista ele foi questionado a respeito da criação de subtramas e personagens secundários demais, que dificultam o trabalho de encerrar a série com sucesso, não importa mais quantos livros que ele escreva. Em sua defesa Martin disse:
Não há dúvida que eu tenho lutado contra este livro e a complexidade e tamanho da série, e esta pode ser uma das razões pela qual a minha escrita entrou em um ritmo mais lento. Mas a minha intenção desde o início era fazer algo grande e épico, com um elenco de milhares e muitos cenários diferentes.
Com a construção geral dos livros, de certa forma eu peguei o “Senhor dos Anéis” como modelo. Tolkien começa muito pequeno, no Condado com a festa de aniversário de Bilbo, e de lá, todos os personagens vão se acumulando. Primeiro há Frodo e Sam, e eles pegam Merry e Pippin, e então pegam Aragorn em Bree, e pegam o resto da Irmandade em Valfenda, mas eles ainda estão todos juntos. Mas então, em um determinado ponto, eles começam a se separar de várias maneiras: Frodo e Sam cruzam o rio, Merry e Pippin são capturados pelos orcs, Aragorn, Gimli e Legolas vão resgatá-los e eles continuam a se separar. Você recebe esse sentimento de que todos estão juntos, e então o mundo fica maior e maior.
Meu esquema é muito parecido com este. Começamos em Winterfell, e todos, exceto Daenerys estão lá, mesmo os personagens que não pertencem a aquele lugar, como Tyrion. Eles partem juntos e depois começam a se dividir. Nesse sentido os meus livros são maiores do que “O Senhor dos Anéis”, porque existem mais personagens e eles se distanciam mais. Sempre foi minha intenção, como acontece com o Senhor dos Anéis, que eventualmente, em algum momento da história eles voltarem a se mover juntos outra vez. Eu acho que estou alcançando o ponto da virada, que começa a acontecer agora.
Talvez eu tenha feito isso de maneira grande demais há dois livros atrás. Mas eu joguei as bolas no ar e me sinto obrigado a continuar fazendo malabarismos da melhor forma possível. Você não pode simplesmente esquecer algumas das bolas, você tem que lidar com todas as tramas que você introduziu. Se eu puder puxar tudo para fora do jeito que eu quero, espero que seja grandioso. E se eu não fizer isso, tenho certeza que todo mundo vai me avisar…