Crítica: Thor

Os roteiristas de Thor tem tanta certeza que nós já vimos essa história antes que nem se preocupam em ligar os pontos, usa o nosso conhecimento da trama de centenas de outros filmes hollywoodianos para que sejamos lançados de uma cena clichê para outra.

Considerando que o único diferencial deste Thor para os outros filmes do gênero super-herói é a introdução da magia como origem de seus poderes é uma pena que o roteiro e o design de produção façam de tudo para transformar o mundo mágico de Asgard em um tipo de reino retro-tecnológico.

Thor

Thor (Chris Hemsworth) sofre de um problema parecido com o do super-homem, é poderoso demais para que qualquer coisa o ameace e pra isso os criadores precisam inventar artimanhas para que o espectador se identifique e tema pela vida do protagonista. A solução encontrada aqui foi a eliminação de seus poderes por mais da metade da trama.

A força de um herói pode geralmente ser medida por seus inimigos e é geralmente um mal sinal quando um filme tem vários nêmesis (gigantes de gelo, shield, loki, destruidor), e ainda pior quando nenhum deles é memorável. Não há tempo de tela pra desenvolver realmente os vilões e apenas Loki (Tom Hiddleston) arrisca ser mais que algo unidimensional.

Thor

O irmão do Thor tem como seu traço mais marcante a habilidade de enganar seus adversários, seus planos na tela são simples, indignos de um Deus da Traição. Fiquei esperando ele se tornar o arquinimigo e revelar como todos os outros eram apenas peças em um plano com diversas camadas, mas doce ilusão. Anthony Hopkins interpreta Odin no piloto automático e ainda assim é mais convincente.

Os deuses de Asgard caminhando por uma cidadezinha do interior dos EUA parecem uns nerds perdidos de uma convenção de quadrinhos, e é preciso muito esforço para ligar aquele mundo mágico (q.d. super tecnológico) com o nosso. Existem outros coadjuvantes clichê que nem se importam em trazer um nível a esta produção como é o caso da Rene Russo e a oscarizada Natalie Portman como o interesse amoroso do nosso herói. Detesto esses romancezinhos de fim de semana que são tratados como amores indestrutíveis capazes de mover montanhas, ao menos isso faz algum sentido já que Thor obviamente tem a inteligência de um adolescente quando na verdade ele deveria ter centenas de anos.

Vou colocar assim: se você gostou do Homem de Ferro 1 e 2 e/ou é fã de HQs Marvel não deverá sair desapontado. O filme tem cenas de ação que funcionam, efeitos especiais decentes, referências ao Gavião Arqueiro, Cubo Cósmico, S.H.I.E.L.D. É um filme de ação/super-herói decente e como diversão de final de semana vale o ingresso.

obs: Eu acho essas adaptações de filmes gravados em 2D para 3D um desastre tecnológico mas se você não consegue ver a diferença entre Avatar e todos esses outros 3D caça-níqueis, fique a vontade.

Thor

Uma resposta para “Crítica: Thor”

  1. Não posso deixar de concordar, mesmo ser redundante em alguns pontos, mas sinceramente tirando a beleza digital que algumas cenas têm, se é que hoje em dia isso é digno de mérito pois se considerarmos que Pirnhas 3D tem umas cenas de efeitos digitais muito boas tb, o filme é vazio, não há nenhuma cena que você possa dizer que foi A CENA do filme, diferentemente de outros filmes de super herói, como os citados Homem de Ferro e Superhomem, Thor ofende, e muito, qualquer pessoa que por algum momento tenha pego algum livro sobre mitologia nordica, tudo bem, estamos falando da Marvel-destruidora-de-bom-senso, mas algumas coisas pecam, o principal é comparar não apenas Thor (filho de Odin e não Thor Odinson, como se fosse sei lá Thor da Silva, isso ficou ridiculo nas legendas eheheheh) mas TODOS os deuses como adolescentes que viajam entre os mundos fazendo suas pirraças… sei lá Thor realmente é impulso, agressivo, violente e arrogante, mas nenhuma destas qualidades se remetiam a adolescencia na mitologia, mas a ira, da mesma forma que a Loki é a inveja, não um bastardinho revoltado por não ter a chave do carro pro fim de semana…
    Sei lá o filme é ótimo! Tanto quanto qualquer filme que vc desligue o cerebro para assistir, porém se for para desligar o cerebro… acredite Fast Five é melhor…

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