Feliz Aniversário John Ronald Reuel Tolkien!

John Ronald Reuel Tolkien, pai da fantasia moderna, nasceu em 03 de janeiro de 1892 no que é hoje a África do Sul. Famoso por obras como O HobbitO Senhor dos Anéis e O Silmarillion, Tolkien serviu no Exército britânico na Primeira Guerra Mundial e foi o pai de quatro filhos, dos quais dois ainda estão vivos.

Também foi um amigo próximo de CS Lewis e parcialmente responsável pela sua conversão do ateísmo ao cristianismo (assim podemos dizer que de certa maneira Tolkien também foi responsável pela existência da famosa série Crônicas de Narnia – embora ele nunca tenha considerado seriamente estes livros).

Portanto, levante uma boa caneca de cerveja do Condado ou uma taça de vinho Élfico – ou, se for preciso, qualquer outro substituto – em memória de JRR Tolkien, que apesar de ter deixado este mundo em 1973, sempre será lembrado pelo mundo ao qual deu vida.

10 Coisas Sobre JRR Tolkien Que Provavelmente Você Não Sabia

 

10 Coisas Sobre JRR Tolkien Que Provavelmente Você Não Sabia

A maioria das dos leitores provavelmente identifica carinhosamente Tolkien como o pai de O Senhor dos Anéis. Mas há muitas coisas que até mesmo os fãs mais ardorosos não sabem sobre John Ronald Reuel Tolkien. Aqui estão alguns destes preciosos fatos:

10 Coisas Sobre JRR Tolkien Que Provavelmente Você Não Sabia

10. Ele tinha talento dramático.

Como lingüista e especialista em Inglês Antigo e literatura Nórdica Antiga, Tolkien foi professor da Universidade de Oxford de 1925 até 1959. Ele também foi um educador incansável, proferindo entre 70 e 136 palestras por ano (o contrato exigia apenas 36). Mas a melhor parte é a maneira como ele ensinava nessas classes.

Apesar de calmo e despretensioso em público, em sala de aula Tolkien não possuía o típico, reservado e indigesto, estereótipo de um professor de Oxford. Ele era conhecido por iniciar as aulas bradando com toda a força de seus pulmões as linhas iniciais de Beowulf – muitas vezes vestindo uma cota de malha. Segundo um de seus alunos: “Ele poderia virar uma sala de aula em um salão de hidromel”.

9- Ele não partilhava seu entusiasmo por Hobbits.

Tolkien se via primeiro como um estudioso, em segundo como um escritor. Ele sempre se irritou por seus trabalhos acadêmicos serem largamente desconhecidos pelo público em geral, que afluíam aos seus escritos de fantasia. O Hobbit e O Senhor dos Anéis foram sua ampla tentativa de construir um mito, e o sucesso nessa empreitada o pegou desprevenido.

Na verdade, Tolkien passou anos rejeitando, criticando e retalhando adaptações do seu trabalho que ele acreditava não capturar seu escopo épico e propósito nobre. Ele também foi totalmente cético em relação a maioria dos fãs de O Senhor dos Anéis, que considerava incapazes de realmente apreciar seu trabalho. Ele provavelmente teria ficado horrorizado com os fãs do filme se vestindo como Legolas.

tolkien ilustração hobbit

8- Ele amava o seu trabalho.

Para Tolkien, escrever ficção de fantasia era simplesmente um hobby. As obras que ele considerava mais importante eram os seus trabalhos acadêmicos, que incluem Beowulf: The Monsters and the Critics, uma tradução moderna de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde e um Middle English Vocabulary.

Tolkien-Oxford

7- Ele era um romântico (e tem uma lápide nerd para provar isso).

Aos 16 anos, Tolkien se apaixonou por Edith Bratt, três anos mais velha. Seu guardião, um padre católico, ficou horrorizado por seu pupilo estar vendo uma protestante e ordenou que o menino não tivesse contato com Edith até completar 21 anos.

Tolkien obedeceu, esperando por anos até que o aniversário fatídico, quando se encontrou com ela debaixo de um viaduto ferroviário. Ela rompeu seu noivado com outro homem, se converteu ao catolicismo. Os dois se casaram e passaram o resto de suas vidas juntos.

Seguindo instruções dadas por Tolkien, os dois compartilham uma lápide gravada com os nomes “Beren” e “Luthien”, uma referência ao famoso casal do mundo ficcional que ele criou.

Túmulo Tolkien

6- Sua relação com CS Lewis não era tão boa.

Companheiro de Tolkien em Oxford, CS Lewis (autor de As Crônicas de Nárnia) é frequentemente identificado como seu melhor amigo e confidente mais próximo. Mas a verdade é que a dupla tinha uma relação muito mais problemática.

No início, os dois autores eram muito próximos. Na verdade Edith, a esposa de Tolkien, chegou a sentir ciúmes desta amizade. E foi Tolkien que convenceu Lewis a voltar ao cristianismo.

Mas seu relacionamento esfriou e posteriormente azedou quando Tolkien percebeu as inclinações anti-católicas e a vida pessoal escandalosa de Lewis (ele tinha um romance com uma viúva americana na época). Embora os dois de certa forma tenham se reconciliado no final da vida, Tolkien nunca apreciou os escritos de Lewis, que considerava infantis e mal concebidos.

CS Lewis

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Silmarillion Escrito e Ilustrado À Mão

Um alemão estudante de arte alemão chamado Benjamin Harff passou um ano e meio criando uma versão escrita e ilustrada a mão do Silmarillion, de J.R.R. Tolkien.

O belíssimo livro caligrafado contém centenas de ilustrações, páginas com iluminuras e é encadernado em couro de cabra. Uma parte do texto que compõe o livro foi digitada, pois segundo o autor se tudo tivesse sido escrito a mão, ele teria levado mais um ano para concluir o trabalho.

Dada a sua meticulosa atenção aos detalhes e fidelidade aos manuscritos medievais, esta obra é uma conquista impressionante. Para se ter uma idéia do trabalho envolvido, a iluminura usada na página inicial do livro levou cerca de 80 horas para ser criada.

O Silmarillion é uma coletânea de contos escritos por Tolkien que narram a história antiga da Terra-média. Seus primeiros esboços foram escritos em 1914, antes mesmo da criação de O Hobbit e O Senhor dos Anéis.

Talvez por esta razão a obra-prima criada por Harff transmita tão bem esse sentimento ancestral. Segundo o artista, ele espera que o livro expresse aspectos da Terra Média criada por Tolkien “que não podem derivar da palavra escrita.”

Confiras as imagens do livro:

Os Filhos de Húrin

“Muito antes da era de O Senhor dos Anéis, Morgoth, o primeiro Senhor do Escuro, lança uma terrível maldição contra toda a família de Húrin, o homem que tinha ousado desafiá-lo frente a frente. Assim, os destinos de Túrin e de sua irmã Niënor serão tragicamente entrelaçados. A vida breve e apaixonada dos dois irmãos é dominada pelo ódio de Morgoth, que envia seu mais temível servo, Glaurung, poderoso espírito na forma de um enorme dragão de fogo sem asas, numa tentativa de cumprir sua maldição e destruir os filhos de Húrin.”

Os filhos de hurin
Os Filhos de Húrin - Capa

Os Filhos de Húrin é o primeiro livro completo e coeso de J.R.R. Tolkien a ser lançado desde o Silmarillion, em 1977.

Editado por Christopher Tolkien, o filho do homem, que gastou quase trinta anos na monumental tarefa de organizar os escritos póstumos do seu pai sobre o conto de Túrin Turambar.

A historia será familiar para os leitores das obras póstumas do autor, já apresentada com variações incompletas em O Silmarillion, Contos Inacabados e no inédito em português The Lays of Beleriand.

A história tem seu lugar na Primeira Era, seis mil anos antes dos eventos narrados em O Hobbit e O Senhor dos Anéis.

Para os leitores familiarizados com o universo criado por J.R.R. Tolkien, esta é uma era de grande fascínio e mistério: os vilões eram mais poderosos, os elfos mais numerosos, a magia se fazia mais presente e os homens eram mais heróicos. Até mesmo o paraíso terrestre de Valinor ainda era tangível.

Mas, em contraste com as histórias apresentadas em O Hobbit e O Senhor dos Anéis, de caráter mais otimista, a história de Túrin é triste, cheia de infortúnios e angústias e nos traz uma visão sombria e desesperada do mundo.

É neste cenário que o pai de Túrin, Húrin é capturado por Morgoth, o Lorde das Trevas, no Arnoediad Nirnaeth (Batalha das Lágrimas Incontáveis). Quando Húrin nega-se a dar as informações que Morgoth exige, ele é aprisionado em tortura perpétua e tem lançada uma maldição sobre a sua linhagem.

A narrativa acompanha então a historia de Túrin, um herói culpado de traição, assassinato e com o peso de uma maldição sobre si e as tragédias que acompanham seu caminho.

Assim, apesar de ser um grande guerreiro e da linhagem de grandes heróis, seu caráter orgulhoso e violento faz tudo o que ele toca se virar contra ele.

Se isto é o resultado da maldição de Morgoth ou da imprudência do próprio Túrin, caberá ao leitor decidir.