Meu mundo é uma junção de tudo o que gosto, criado da forma como eu imaginei que seria mais divertido de usar. Grinmelken é um misto de idéias, formado nas impressões que jogos, filmes, livros e até músicas fixaram em minha cabeça. Essa fantasia medieval sempre foi uma paixão: O primeiro filme que vi no cinema foi “Os mestres do Universo”, depois foi “Willow na Terra da Magia”. Sempre gostei das histórias Arturianas. Adorava Asterix, Groo e Conan. Caverna do Dragão, Diablo, Final Fantasy, eram paixões. Hoje, ainda as tenho. Filmes épicos medievais são obrigatórios e raramente não me deixam inspirados.
Tudo começou com o “Radrak”, um personagem que criei para jogar uma aventura de RPG que nunca aconteceu. Frustrado com o jogo cancelado, decidi fazer o meu próprio jogo. Nascia aí Grinmelken. Criei meu mundo desenhando mapas e dando nome às coisas para depois ver o que aqueles nomes significavam ou qual era sua história. Surgiam aí lugares como a Floresta dos Enforcados, a Cordilheira do conflito eterno, A cidadela invertida, dentre muitos outros.
Reuni um grupo de jogo e a cada partida o mundo se desenvolvia. Isto foi há mais ou menos uns 13 anos. Eu era apaixonado por Grinmelken e as aventuras que me proporcionava, por isso eu gastava tempo definindo miudezas deste mundo. Coisas como religião, história dos reinos, personagens importantes.
Muita coisa foi criada e muitas histórias rolaram desde então.
Em 2004, enquanto narrava uma das minhas campanhas mais longas para o melhor grupo com quem já joguei, decidi fazer uma lembrança para meu grupo. Então comecei a escrever a história que eles jogavam no formato de romance. Eu já tinha escrito um livro, intitulado “Darkness, a escuridão te observa”, e eles haviam adorado, por isso tive a idéia. Porém, a brincadeira alcançou somente 3 capítulos e parou por aí.
Jogamos ainda por mais um ano e uns meses após ter terminado a crônica que eu chamava de “Filhos de Galagah”, acabei reencontrando os primeiros capítulos. Relendo-os eu obtive novamente aquele sentimento de ter de fazer a homenagem a eles e, por isso, retomei a escrita. Neste momento, quando decidi escrever a história dos filhos de Galagah, eu coloquei como objetivo ser publicado. Daí a coisa ficou séria…
Elaborei um plano para alcançar a publicação, tracei objetivos e metas e arregacei as mangas.
O enredo da história que eu narraria estava todo na minha cabeça. Porém, eu não poderia fazer igual ao jogo. Eu precisava transformar aquilo em um livro, em uma história que fizesse sentido a mais pessoas e onde as ações dos personagens fossem mais sensatas do que elas costumam ser em um jogo de RPG (Tirando as ações do Gawyn…). Então, mesmo com o enredo pronto, o desenvolvimento dos livros foi acontecendo capítulo a capítulo. Conforme eu apresentava o enredo para os personagens eles reagiam e uma nova história ia se formando.
Em 2006 eu terminei o livro chamado A Primeira Runa, que fechava a primeira parte do que seria inicialmente uma quadrilogia. Auxiliado por um grande amigo chamado Daniel de Alencar, que, inclusive fez do plano de negócio de Grinmelken a sua tese de pós-graduação, me preparei para procurar editoras. Revisei o livro, tanto com alguns amigos que conheciam bem a língua quanto com uma profissional. Fiz o site, onde pude colocar parte do material criado, dentre eles os famosos contos de Grinmelken. Consegui desenhistas que ilustraram personagens e lugares. Após dois anos de procura e conversas meu original parou nas mãos do senhor Rodrigo Coube que gostou da proposta e aceitou publicá-lo sob o nome de Filhos de Galagah.
Gosto deste primeiro livro, pois ele é uma clara demonstração de Luz. Os heróis estão se formando. Alguns saindo das sombras, outros forjados na mais pura virtude. Tenho duas protagonistas nesta Saga.
A primeira é Galatea, uma princesa em um reino liderado pelos justos e religiosos Goldshine. Seu pai recebe um sinal dos deuses para treinar a filha como uma guerreira sagrada e a forja como tal. Costumo compará-la ao superman, pois possui grande poder e um coração bondoso ao ponto de ser incompreendido por muitos de nós.
A segunda é Iallanara Nindra, oposto completo de Galatea. Uma criança criada por uma praticante de magia negra, submetida às piores torturas. Não é de se espantar que tenha crescido como uma pessoa instável e egoísta. Por outro lado, o rigoroso treinamento nas artes das trevas a tornaram uma das personagens mais poderosas.
Galagah é um reino onde a história começa e tudo gira em torno das pessoas que ali nasceram ou cresceram. Daí o título, Filhos de Galagah, onde eu apresento ao leitor as diferentes facetas que este reino de luz possui.
Se eu fosse resumir o livro em uma palavra, eu diria: Início. É o começo de uma jornada, tanto dos heróis, quanto do leitor. Aqui, eu apresento minha criação e os seres fantásticos que nele vivem. Do exército de mortos-vivos do Enelock, com seus vampiros e esqueletos, aos dragões de Radrak, é aqui que o leitor conhecerá meu mundo.
Em 2008 eu já caminhava bem com o livro 2, mas a publicação do Filhos de Galagah acabou atrapalhando minha escrita por demandar um bom tempo nas revisões finais.
Escrever o livro 2 foi muito interessante, pois eu tinha aprendido muita coisa desde o primeiro livro. Eu havia seguido uma dica de amigos e começara a escrever contos aos montes. Metade deles não são aproveitáveis e vocês nunca os verão, uma outra parte ainda vou melhorar e mostrar a todos e, por fim, temos aqueles que estão no site. Escrever os contos me mantém focado e servem de válvula de escape para algumas idéias que surgem do nada. Acredite: Estas idéias podem perturbar a ponto de acabar com o foco em um capítulo de livro.
Mesmo assim, no meio de 2009 eu já estava O Senhor das Sombras terminado e revisado, iniciando o livro 3 e já negociando com a editora sobre a publicação da continuação.
O Senhor das Sombras é bem diferente do primeiro livro. Eu gosto de dizer que ele retrata a escuridão, pois ele força os personagens aos seus extremos, começando a mostrar as mudanças que eles estão sofrendo na jornada que decidiram enfrentar.
Neste livro, onde o leitor já está mais familiarizado com os personagens, com religião e política de Grinmelken. Por isso, aqui eu pude impor um ritmo mais alucinante à história. Este livro é recheado de aventura de ponta a ponta. Com conflitos diversos, incluindo uma batalha aérea que eu adoraria ver nos cinemas.
Mas o carro-chefe do Senhor das Sombras é a escolha de Iallanara. Aqui, a bruxa que escolheu seguir Galatea terá que enfrentar seu passado e tomar uma difícil decisão: Trair sua amiga e protetora ou matá-la.
Além das reviravoltas da história, acredito ter acertado na dose de equilíbrio de sentimentos que gosto de causar.
Aqui, tenho três momentos como favoritos:
A Floresta dos enforcados, onde uma horda de espíritos raivosos quase enlouquece os heróis. Espero conseguir deixar algumas pessoas receosas com meus fantasmas.
A Batalha de Melatander contra Geska. Dois dragões lutando sempre será espetacular para mim. Gostei muito do resultado.
A decisão de Iallanara. A cena onde ela decide o rumo que a história irá tomar. Não falo do livro, mas da saga em si. Coloquei muita emoção ali. Descrevi cada linha de diálogo arrepiado. Espero que a galera goste.
Estou escrevendo o terceiro livro, já tendo completado cerca de 60% dele.
Encerrar uma história assim é uma experiência única. É maravilhoso sair costurando todas as arestas deixadas nos livros anteriores e revelar alguns segredos que escondo de todos. Mistérios acerca de Helena e do Noite, a origem de Enelock, o destino de Thomas, a conclusão da saga. Tudo isto me traz uma empolgação e ansiedade sem tamanho.
Se eu considerar todos os comentários que já recebi, tenho certeza de que vou surpreender muita gente com este livro.
Pelo mesmo motivo está sendo muito difícil escrevê-lo. Para o fim desta saga quero o melhor que posso fazer…
A Idea editora já aceitou publicá-lo e definimos o nome da trilogia como “Legado Goldshine”. Agora basta terminar a escrita e nos prepararmos para o lançamento em 2011. Tanto que quem comprou as novas edições já pode ler a sinopse do terceiro livro, não divulgada ainda em lugar algum na web.
Vou seguir o mesmo caminho trilhado nos outros, então podemos esperar por mais um booktrailer de Leonardo Reis e Licínio Souza.
Também, para comemorar a finalização da saga, o site de Grinmelken será completamente reformulado. Será um ano bem agitado.
O interessante é que a jornada realizada em Legado Goldshine, apesar de abranger uma boa parte do mapa de Grinmelken, ainda é uma fração pequena das histórias que meu mundo pode gerar.
Por isso Grinmelken tem seus contos e minha cabeça ferve com novos projetos. Já tenho mais alguns livros planejados e estou muito empolgado para começa-los.
Assim que fechar a saga, darei continuidade ao projeto Garras de Grifo, que narra a história de Alexia Garras de Grifo, uma mulher bárbara criada em uma tribo que está se desfazendo. Esta obra explorará mais a fundo a cultura bárbara de Grinmelken, que é explorada superficialmente no Senhor das Sombras. Será um livro único e emocionante, de grande aventura e reviravoltas bem surpreendentes.
Em seguida ainda estou me decidindo entre trabalhar no livro que conta o surgimento da Cidadela Invertida ou se trabalharei no Réquiem pra Leyar, do qual o conto “Dia de caçada” é um prólogo.
Outros projetos mais ambiciosos estão em mente, sendo um deles para a Iallanara. Outro para o Ethan, da época em que ele e o dragão Nogard se tornaram os heróis lendários que são hoje. E mais alguns que seguiriam uma linha de terror medieval, passados nos Vales dos Horrores, local que serve de cenário para meus contos mais visitados: “A Dama Noturna” e “Esperança Corrompida”,
Há também livros fora de Grinmelken. Seguindo tanto temática de terror, quanto de super-heróis num estilo mais dark. Mas isto é coisa de segundo plano ainda.
Grinmelken é minha paixão e é neste mundo que mais me divirto e, assim sendo, é nele onde mais posso divertir meus leitores.