Review: King of Tokyo

King of Tokyo

 Introdução:

Quem não lembra daqueles monstros gigantes dos seriados japoneses? Talvez os mais novos não se lembrem, mas já devem ter ouvido histórias de heróis arrasando cidades inteiras para salvá-las. Parece irônico, mas isso não vem ao caso. Ainda mais quando você é um dos monstros e não luta contra um herói, mas contra outros monstros. Afinal, só um pode ser o maior, mais famoso e mortífero monstro. Só um pode ser O REI!

 Tema:

Criado pelo renomado Richard Garfield (criador do Magic e muitos outros jogos) e ilustrado por Benjamin Raynal, King of Tokyo é um divertido e bem humorado jogo de dados. Nele cada jogador controla um monstro gigante que assola a cidade que dá nome ao jogo. Os monstros são de diferentes origens, no jogo base a escolha é puramente estética para diferenciar os jogadores, assim como eu gosto de escolher o peão azul ou preto em outros jogos.

A mecânica é extremamente simples, mesmo contando com um baralhos de poderes que podem ser comprados. Basicamente, na sua vez o jogador rola os dados e faz a combinação que mais faz sentido com a sua estratégia. O objetivo é ser o monstro mais famoso de Tokyo, nem que seja eliminando todos os outros monstros. Como se faz isso, eu explico logo mais.

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Componentes:

O jogo chama atenção pela colorida e bem humorada arte, há 8 dados grandes e bonitos, 6 pretos com desenhos verde limão que serão usados na maior parte do tempo e 2 verde limão com desenhos pretos que são usados poucas vezes.

O jogo em si é bem intuitivo, as cartas que irão depender bastante da interpretação. Mesmo assim, como todos podem ver as cartas de todos, a dependência de texto não gera grandes problemas. E ainda há a opção de você jogar a partida inteira sem comprar nenhuma carta, eu já joguei assim várias vezes e a diversão foi a mesma de quando comprei.

Os monstros são acartonados e grandes, e isso é muito legal, torna o jogo bem visual. Para colecionadores, é um jogo que tem que compor sua coleção.

O jogo conta também com diversos contadores, acartonados e uns cubinhos verdes translúcidos muito simpáticos. Os contadores de papel estão atrelados aos poderes de cartas, os cubos são contadores de energia que os monstros ganham nas rolagens de dados.kingoftokyo-monsters-playersGame Play

Geralmente as partidas são curtas (15 a 30 minutos) e com um clima descontraído, isso pode variar bastante, dependendo da quantidade de jogadores. Por ser um jogo simples, não existe muita diferença no tempo quanto jogadores experientes ou iniciantes. Conhecer as cartas ajuda um pouco a agilizar, mas o que vai fazer rodar mais rápido ou lento é o tempo de decisão de cada jogador.

Para iniciar, cada jogador escolhe um monstro (eles não tem diferenças além da aparência), o tabuleiro da cidade é colocado no meio da mesa. Cada monstro tem um tabuleiro individual indicando vida e fama. Todos começam com vida 10 e fama zero. O marcador de vida vai até 12, mas essas vidas além do 10 só serão utilizadas se o jogador possuir uma carta que permita isso.

Todos os monstros começam fora da cidade ou bacia de Tokyo (são os círculos vermelho e azul indicados no tabuleiro central, a bacia de Tokyo só é utilizada em partidas com 5 ou 6 jogadores). Para decidir o primeiro jogador, todos fazem uma rolagem de 6 dados, quem obtiver mais patas começa, o jogo continua em sentido horário.

O primeiro jogador joga os 6 dados pretos. Cada símbolo do dado tem uma função, e há combinações entre eles têm efeitos diferentes. As Faces do dado são:

– Pata/patada: Indica quantos danos você dará nos seus adversários. Também serve para entrar em Tóquio.

– Coração: Recupera uma vida, somente se você não estiver em Tóquio.

– Raio: Ganha uma energia, são os cubinhos verdes e serve para comprar cartas

– Face com o número 1

– Face com o número 2

– Face com o número 3

Todas as faces numeradas funcionam da mesma forma. Quando você obtém uma trinca, você pontua o valor da trinca e para cada  dado repetido você soma assim, por exemplo:

1 + 1 + 1 = 1 ponto

1 + 1 + 1 + 1 = 2 pontos

3 + 3 + 3 = 3 pontos

3 + 3 + 3 + 3 + 3 + 3= 5 pontos

kingoftokyo-diceApós rolar os dados pela primeira vez, o jogador tem direito de rerolar qualquer quantia de dados que quiser por duas vezes. Calma que eu explico melhor.

Você rolou o 6 dados e obteve: Duas faces 3, duas faces com raio e duas patas. As duas faces com o 3 são inúteis. As patas servem para você bater em quem estiver na cidade, ou fora dela caso você esteja ocupando ela, nesse caso você foi o primeiro jogador e ela está vazia, então 1 pata basta para entrar na cidade. Os raios dão energia para comprar cartas.

As opções são amplas, mas você poderia rerolar os dados com a pata, imaginando que você não queira entrar na cidade agora e torcendo para tirar um 3 e aumentar sua fama.

Então você separa os dados com face 3 e os com face raio e rerola as patas. Isso conta como uma rerolagem, indiferente de quantos dados você decidiu que deveria rerolar. Também é importante lembrar que você pode aceitar a primeira rolagem, caso sua sorte tenha ajudado.

Nessa rerolagem você obteve um 3 e um coração. Totalizando três dados com face 3, dois com raio e uma com coração. Sua vida está cheia e o coração e inútil, você consegue 3 pontos de fama e 2 cubos de energia.

Ainda resta uma rerolagem, você pode rerolar qualquer quantidade dos seus 6 dados ou aceitar o resultado.

Uma opção seria rerolar o dado de coração, mas há a chance de cair uma pata e você ser obrigado entrar em Tóquio, pois depois da segunda rerolagem, o jogador TEM que resolver todos os seus dados. Mas também é possível cair um outro 3 e você pontuar 4 famas, ou cair um raio e você ganhar 3 cubos de energia, ou ainda cair os números 1 ou 2 que não fariam diferença nenhuma. A escolha é sua…

Após realizar a rolagem e rerolagens de dados, e resolver seus resultados, é possível comprar uma carta. O baralho fica fechado, sempre com 3 cartas disponíveis para compra. É simples, basta pagar em cubos o valor indicado no canto superior das cartas.

Há dois tipos de cartas, constante (escrito em azul) e descarte (escrito em vermelho). As constantes são colocadas próximo ao seu tabuleiro, o poder delas permanecem valem durante todo o tempo. As de descarte você realiza o que ela descreve assim que compra-las.

Ainda há a opção do jogador da vez pagar dois cubos para que as 3 cartas disponíveis sejam descartadas, fazendo aparecer outras 3.

Após comprar e resolver as cartas, se necessário, são colocadas novas cartas para que fiquem sempre 3 disponíveis e o jogador passa sua vez ao jogador da esquerda.

Os passos se repetem, rolagem dos 6 dados, 2 rerolagens se quiser, resolução dos dados e compra de cartas.

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Pontos importantes e geralmente esquecidos

Um monstro que está fora de Tóquio, ataca apenas quem está na cidade, este tem a chance de sair da cidade apenas quando alguém atacar. Assim que ele receber os golpes, decide se continua ou se sai. Se sair, quem atacou é obrigado a entrar. Se o monstro morreu, quem atacou entra. E a regra continua.

Quem entra em Tóquio, ganha um ponto de fama no ato. Quem ataca de tóquio, ataca todos os outros, se rolou 3 patas, todos recebem 3 pontos de dano.

Se você permanecer em Tóquio até o seu turno, você ganha 2 pontos de fama.

Quem está em Tóquio NÃO RECUPERA VIDA. E mesmo sendo o seu turno, você só pode sair de Tóquio se for atacado.

Estas informações estão indicadas através de símbolos no tabuleiro, mas é comum esquecerem.

O jogo segue assim até alguém fazer 20 pontos de fama ou apenas um sobreviver.

Expansões:

 Há duas expansões que acho muito válido falar rapidamente.

       Power UP:

É a expansão do Panda, ela vem com o Panda para jogar e inclui evoluções para cada personagens, AÍ SIM escolher um personagem dá diferença. Pois cada um deles tem evoluções que modificam a estratégia de jogo.

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       Halloween:

Inclui dois monstros Jack Skellinton Pumpkin Jack e Bicho Papão Boogie Woogie. E um baralho de fantasias, que é utilizado junto com o baralho normal. A diferença é que é possível roubar as fantasias uns dos outros.

A expansão Power Up considera essa expansão, então ela vem com evolução para o Jack e o Boogie.

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Dicas:

 É um jogo casual e divertido, então não leve tão a sério, não precisa ficar pensando tanto em estratégia assim, até porque envolve bastante sorte.

Se preocupe em se divertir e dar risada com as combinações inusitadas nos dados, mesmo que elas causem grandes prejuízos a você.

Se estiver em um grande número de jogadores, ter um joguinho menor, bobinho, para distrair caso jogadores sejam eliminados precocemente é uma boa ideia.

Jogue com as expansões, além de bonitas, elas são divertidas. Principalmente a Power Up, que acrescenta uma dinâmica ao jogo.

Essa dica aparecerá em todas as minhas reviews: Se você tem um grupo que joga sempre e você gosta deste grupo tudo bem, mas se conheceu qualquer jogo em um grupo não usual, antes de decidir se gostou ou não, experimente uma partida com outras pessoas. Pode parecer óbvio, mas a diversão pode ser muito maior com as pessoas certas.