Jambô libera Previews dos seus livros-jogos

A Jambô disponibilizou previews dos três primeiros títulos da sua série (O Feiticeiro da Montanha de Fogo, A Cidadela do Caos e A Masmorra da Morte). Agora você pode ler o sistema de regras e o começo da história de cada um, para escolher melhor qual jogar!

Confira nos links abaixo:

Masmorra da Morte
Masmorra da Morte
feiticero da montanha de fogo
Feiticero da Montanha de Fogo
cidadela do caos
Cidadela do Caos

Aventura Solo – A Cidade dos Ladrões

A Cidade dos Ladrões
A Cidade dos Ladrões

Mais novidades da Jambô! Em breve um novo livro-jogo estará chegando nas livrarias.

A Cidade dos Ladrões é uma aventura clássica de Ian Livingstone, e apresenta a temível cidade de Porto Areia Negra, um reduto de toda escória de Allansin.

O terror espreita à noite enquanto Zanbar Bone e seus cães da lua, sedentos de sangue, mantêm a próspera aldeia de Silverton em xeque. Em seu momento de necessidade, os mercadores de Silverton voltam-se para você, um aventureiro e espadachim de aluguel.

Sua missão leva-o às ruas escuras e serpenteantes de Porto Areia Negra, uma cidade repleta de assassinos e criaturas maléficas. Agora, para sobreviver, você terá de contar com sua esperteza e perícia com a espada… Pois poucos saem vivos da Cidade dos Ladrões!

A Cidade dos Ladrões
A Cidade dos Ladrões

Aventura Solo – Fighting Fantasy

Pessoas, esse é o primeiro artigo que eu escrevo para o novo blog da Rocky Raccoon, e estou muito feliz por ter sido convidado a fazer parte desse projeto. Irei escrever sobre coisas que me derem na telha e que eu tenha algum conhecimento, e que obviamente esteja dentro do universo nerd-rpg. Para comemorar meu primeiro texto aqui, quero falar sobre aquilo que foi responsável por me deixar um pouco mais nerd do que já era e me trazer muitas horas de diversão solitária: os livros de aventuras fantásticas de Steve Jackson e Ian Livingstone. Quem é nerd de carteirinha e tem entre 26 e 35 anos, muito provavelmente já teve algum contato com esses excelentes livretinhos onde a história acontecia de acordo com nossas escolhas. No inicio dos anos 1980, mais precisamente em 1982, Steve Jackson e Ian Livingstone embarcaram na idéia de se jogar RPG sozinho, de forma simples, rapida e fácil, e numa época em que videogames ainda estavam numa fase em que “Pitfall” era o “ó do borogodó”. Surgiu então o mundo de Titan, onde diversas “aventuras-solo” viriam a divertir milhões de crianças mundo afora.

O Feiticeiro da Montanha de Fogo
O Feiticeiro da Montanha de Fogo

Lembro-me muito bem do meu primeiro livro desses: O Feiticeiro da Montanha de Fogo. Nesse livro você é um herói que tem de entrar em um grande labirinto que fica, por incrível que pareça, dentro da Montanha de Fogo. Lembro que foi beeeeem demorado para eu conseguir chegar no fim desse livrinho, e acredito que o fato de eu ter cerca de 10 ou 11 anos na época também tenha contribuído. Outro livro que na época me fascinou muito foi o chamado Fúria de Príncipes que consistia em um livro-jogo duplo. Para mim foi algo fantástico, pois possibilitava até que fosse jogado em dupla, cada um escolhendo seu caminho: o do Feiticeiro ou do Guerreiro, e as histórias eram intercaladas, tendo momentos em que as decisões de um afetavam a história do outro. Joguei bastante esse livro com meu irmão e foi uma das primeiras vezes em que joguei uma aventura com outra pessoa. Depois disso para dar o passo de escolher um sistema e começar a jogar de verdade era questão de tempo, mas isso é uma outra história… Gostaria de fazer uma confissão publicamente nesse momento: eu roubei algumas vezes nas histórias. Principalmente depois de ja estar há mais de uma hora jogando quando você da de cara com alguma frase do tipo: Você caiu numa armadilha e morreu, fim de jogo! Confesso que as vezes (só as vezes) eu voltava para a escolha anterior e se tinha escolhido a porta da esquerda, simplesmente ia para a da direita e a vida continuava. Nada como um RPG com “save game”.

Fantasmas do Medo
Fantasmas do Medo

Foram lançados ao total 45 livros referentes às aventuras fantásticas no Brasil, sendo 37 livros-jogo, 4 livros de apoio (Out Of The PIt – livro de monstros, Titan ­- Cenário de Campanha,  Aventuras Fantásticas – Uma introdução aos RPGs e O Saqueador de Charadas),  2 livros de um sistema de RPG (Dungeoneer e Blacksand) e dois romances (As Guerras de Trolltooh e Demonstealer) No meio de diversas mudanças de casa, casamento e etc, meus livrinhos se perderam no espaço-tempo e hoje tenho ainda apenas o Out Of The Pit e Dungeoneer, que consegui salvar da fúria arrebatadora da minha esposa quando resolve arrumar as coisas, mas estão lá apenas como lembrança de uma época em que minhas preocupações eram mais simples… ai ai… Bom, aproveito o momento de nostalgia para informar (para quem ainda não sabe) que esses livrinhos estão de volta (pelo menos estão voltando). A editora Jambô (www.jamboeditora.com.br) adquiriu os direitos e está lançando-os novamente, dessa vez com o nome original em inglês: Fighting Fantasy. Por enquanto ja foram lançados quatro livros sendo eles: O Feiticeiro da Montanha de Fogo, A Cidadela do Caos, A Masmorra da Morte e  Criatura Selvagem. Os preços variam de R$ 19,90 a R$ 26,90 e você encontra mais informações aqui: http://www.jamboeditora.com.br/produtos/ff.htm

Criatura Selvagem
Criatura Selvagem

Essa foi minha primeira contribuição, aguardo comentários sobre as táticas que vocês usavam para burlar o jogo, e também sugestões para novos temas a serem escritos. Grande abraço a todos e até a próxima.

Tunnels & Trolls – Old School de Verdade!

Responda rápido:
– RPG de Fantasia surgido na metade da década de 70 e que é publicado até os dias de hoje?
– Possui o nome com a seguinte estrutura: “Local & Criatura”?
– Recentemente ganhou uma nova edição?

Sua resposta foi Dungeons & Dragons? Nada disso, estamos falando de Tunnels & Trolls!

T&T- Arte de Garen Ewing
A Sexta edição de Tunnels & Trolls

Tunnels & Trolls foi lançado nos EUA em 1975, menos de um ano depois do lançamento de Dungeons & Dragons. Desde então ganhou versões em alemão, francês, espanhol, finlandês e japonês. Na grande maioria das vezes estreou no mercado destes países antes mesmo do que o Dungeons & Dragons.

Kent St. Andre, o seu criador, pode ser considerado um visionário. Indo completamente na contramão do que viria a ser estabelecido naquela época, criou um RPG fácil de jogar e que não precisava de constantes referências a livros de regras cada vez maiores, mais caros e muitas vezes incompatíveis e contraditórios entre si.

Kent St. André portou todo o seu sistema em um único livro, que continha tudo o que fosse realmente necessário para jogar. Com isto, enquanto War Gamers da década de 70 em geral se interessavam por D&D, os jogadores que não estavam tão preocupados em simulações de combate tático optavam pelo T&T.

Porém não se engane: Um sistema leve e fácil de jogar não deve ser confundido com um sistema simplista. A prova disto é que Tunnels & Trolls introduziu diversas inovações no mundo dos Role Play Games:

– Muito antes da ascensão e queda do movimento d20, St. André baseou seu sistema em torno de um único tipo de dado, o de seis faces. Fáceis de encontrar (mesmo nos anos 70) e disponíveis para serem emprestados de praticamente qualquer jogo de tabuleiro, tornavam mais simples a vida de mestres e jogadores.

Arena of Khazan
Aventura Solo - Arena of Khazan

– Criou o gênero das aventuras solo e estabeleceu o padrão para todos os livros que se seguiram dos anos 70 até hoje. Como os livros-jogos utilizam o mesmo sistema de regras do RPG, podem ser usados sem nenhum problema para desenvolver o seu personagem.

– Interpretação em primeiro lugar: Seu personagem quer fazer algo intrépido, sagaz ou audacioso? Tudo bem. Ao invés de encarar tabelas e inúmeros testes, simplesmente converse com o mestre sobre isso, role contra o atributo apropriado e siga em frente.

– Tunnels & Trolls possibilitou pela primeira vez a criação de uma vasta gama de personagens não humanos, criou o conceito de “Armor” que absorve o dano ao invés de fazer o personagem ser mais difícil de ser atingido e magia utilizando um sistema de pontos.

– Com um sistema de combate focado no grupo e não no indivíduo, foi o primeiro RPG a utilizar o conceito de “Dice Pool”. Neste sistema os lados envolvidos no combate rolam os seus dados, somam os dados e o lado com o maior resultado vence. O lado perdedor sofre dano baseado na diferença entre os dois totais (com o devido ajuste das armaduras) e pode então decidir quem vai receber este dano. Com isso quem consegue suportar o dano, pode recebê-lo e poupar os demais membros da equipe.

– Foi o criador do conceito de Saving Throws, que definem se o personagem pode resistir ou não a efeitos específicos. Diferente dos “outros” Saving Throws, onde uma tabela dita se o personagem obtém sucesso ou não, em Tunnels & Trolls ele é genericista e baseado em um dos status do personagem, servindo para resolver praticamente tudo que não envolva combate.

E com todas estas inovações e pioneirismo, como a maioria dos Rpgistas nunca ouviu falar de T&T em terras Tupiniquins?

kenstandre
Ken St Andre - Criador do Tunnels & Trolls

Talvez a resposta esteja no ideal que deu origem ao sistema, segundo as palavras do seu próprio criador:
“Em abril de 1975 quando sentei-me para escrever um conjunto de regras para jogos de fantasia em reação a (ao que me parecia) um excessivamente complexo e caro bem conhecido jogo de fantasia, eu não fazia idéia de que as coisas seguiriam este caminho. Eu somente queria algo para jogar com meus amigos, a um preço razoável, com equipamentos razoáveis. Parece que outros também queriam isso.”

Quase todo jogador deve ser capaz de reconhecer que muitas editoras sacrificam a qualidade das suas publicações em detrimento ao lucro: complementos inúteis que não agregam nada ao universo do sistema, acúmulo e sobreposição de regras, novas edições que tornam todo o material das anteriores inútil, péssimos arcos de história ou simplesmente idéias ruins.

Tunnels & Trolls nunca passou por nada disso. Nos anos 70, quando ele realmente fazia frente com o D&D, teria sido fácil lançar complementos com cenários de campanha, aumentar o número de classes (em T&T são somente duas) e lançar um novo livro para cada uma delas, livros de magia, criaturas e armas. Quem sabe até um AT&T?

Mas não foi este o caminho que Ken St. Andre quis dar ao seu RPG. Ele desenvolveu um sistema sólido, onde tudo o que se precisa para jogar deve estar um único livro e se manteve fiel a este princípio ao longo dos seus 35 anos de existência.

tunnels-and-trolls-7Porém, o mercado impõe um calendário de lançamentos para encher a prateleira das lojas e esvaziar o bolso dos jogadores de tempos em tempos, e agir de forma contrária ao padrão estabelecido tem suas conseqüências.

Apesar da sólida base de fãs, esta atitude foi a responsável por Tunnel & Trools sair dos holofotes e se transformar em um RPG quase “underground”.

Em 1999, a revista Pyramid nomeou Tunnels & Trolls como um dos jogos mais subestimados do Milênio. O editor Scott Haring disse do jogo: “todo mundo sabe que este foi o segundo RPG de fantasia lançado, mas rejeitá-lo como apenas mais um plágio oportunista é grosseiramente injusto…”

Mas aparentemente Ken St. André não se incomoda muito com isso. Ele ainda mantém contato direto com os jogadores através do seu site: http://www.trollhalla.com/ e é presença constante em convenções e encontros. Participa ativamente do todo o processo de criação das novas edições lançadas e tem o cuidado que cada uma delas mantenha a idéia original do jogo e seja compatível com as anteriores.

E desde a primeira edição de T&T, ele deixou claro que este é o seu jogo e deve ser jogado à sua maneira. E grande parte da diversão esta justamente em moldar o sistema de acordo com a sua imaginação.

E no fim das contas, creio que esta seja a principal contribuição de Tunnels & Trolls para o mundo do RPG: ter mostrado aos jogadores da época que eles mesmos poderiam criar os seus próprios mundos e sistemas e que RPG era mais do que somente Dungeons & Dragons.

Greg Stafford, co-autor de Runequest, fez a seguinte dedicatória: “Para Dave Arneson e Gary Gygax, que abriram a caixa de Pandora, e a Ken St. Andre, que achou que ela poderia ser aberta novamente.”

Recomendo, se o idioma inglês lhe permitir, experimentar a seguinte aventura solo disponível gratuitamente aqui:

http://rpg.drivethrustuff.com/product_info.php?products_id=54407

VIDA LONGA AO TROLL! AHU AHU AHU
VIDA LONGA AO TROLL! AHU AHU AHU