Inicio com esta matéria uma série de textos sobre Family Card Games.
Recentemente tivemos diversos lançamentos deste gênero no mercado nacional: Uno, Boggle Slam!, Monopoly Deal e Pictureka!, sendo os três últimos da Hasbro Brasil.
Vou falar sobre o meu Family Card Game favorito: The Great Dalmuti. Ainda inédito no Brasil este divertido jogo de cartas foi publicado originalmente em 1995, pela Wizards of the Coast, hoje uma subsidiaria da Hasbro.
A empresa, que colhia os frutos do sucesso de Magic: The Gathering, queria expandir e diversificar a sua linha de jogos e assim, o criador do Magic: The Gathering teve a sua versão do jogo publicada. The Great Dalmuti, como o próprio Garfield nos conta na introdução do livro de regras, é a sua versão para um antigo jogo de cartas chinês chamado Zheng Shangyou.
The Great Dalmuti deve ser jogado em grupo de quatro a oito pessoas. Seu baralho consiste em oitenta cartas representando classes sociais medievais, numeradas de um a doze, juntamente com um par de Jesters.
Os números das cartas, com exceção dos Jesters, refletem a quantidade das mesmas disponíveis no baralho. Por exemplo, existem doze 12’s, onze 11’s e assim por diante até chegar ao único 1.
A classificação das cartas é em ordem crescente sendo a carta 1 mais poderosa (Dalmuti) e o 12 (Peasant) a mais fraca.
Os números também refletem a hierarquia social, com o 1 representando o Dalmuti, o 2 representando o Archbishop, seguindo todo o caminho através das castas sociais até o 12 que representa o Peasant. Os Jesters se jogados sozinhos, são inferiores ao Peasant, mas se utilizados corretamente funcionam como curingas.
Segundo as regras, durante a rodada inicial, os jogadores se posicionam ao redor da mesa, de acordo seus títulos correspondentes previamente escolhidos por um método aleatório.
A pessoa escolhida como o Great Dalmuti senta-se à cabeceira da mesa e à esquerda, é seguido em ordem por: Lesser Dalmuti, de zero a quatro Merchants (dependendo do número de jogadores), o Lesser Peon e finalmente o Greater Peon.
As cartas são distribuídas a partir do Great Dalmuti até acabarem todas as cartas do baralho. Por esta razão, é possível que alguns jogadores recebam mais cartas que outros.
Antes de iniciar o jogo o Great e o Lesser Dalmuti cobram os “impostos”. Isto significa que o Great Peon deve entregar ao Great Dalmuti suas duas melhores cartas e receber em troca quaisquer cartas que o Great Dalmuti queira lhe entregar. O mesmo acontece com o Lesser Peon e com ao Lesser Dalmuti, exceto que em vez de duas cartas, eles entregam apenas uma.
Se algum jogador recebe os dois Jesters, uma ocorrência bastante rara no jogo, ele podem clamar a “Pequena Revolução” e naquela rodada não há tributação.
Se o Great Peon recebe os dois Jesters, uma ocorrência mais rara ainda, ele pode clamar pela “Grande Revolução” e as posições na mesa são invertidas, isto é, o Great Peon se torna o Great Dalmuti e o Lesser Peon se torna o Lesser Dalmuti.
Após a cobrança dos impostos, o Great Dalmuti começa a rodada jogando uma ou mais cartas de um mesmo tipo. O jogador que estiver à esquerda deve passar ou bater o jogador anterior jogando o mesmo número de cartas sendo todas do mesmo tipo, excluído os Jesters, que podem ser usados como curingas.
Por exemplo: se o Great Dalmuti começa jogando quatro 12’s são necessários quatro 11’s, quatro 10’s ou quatro 9’s, e assim por diante, para vencê-lo.
A jogada continua até que todos passem, então o Great Peon recolhe todas as cartas e o vencedor da rodada inicia o próximo turno.
O objetivo do jogo não é acumular pontos e sim se livrar de todas as suas cartas. O primeiro jogador a esvaziar a sua mão será o Great Dalmuti, o segundo será o Lesser Dalmuti e assim sucessivamente, até o penúltimo jogador, que será o Lesser Peon e o último jogador a esvaziar a sua mão torna-se o Greater Peon.
Portanto, enquanto os Dalmutis, Merchants e Peons sentam nas mesmas posições a cada partida, os jogadores que ocupam estas posições podem mudar a cada rodada. As cartas são embaralhadas e distribuídas pelo Greater Peon e a próxima rodada recomeça com a cobrança de impostos e tudo mais.
Uma das coisas que tornam The Great Dalmuti único é o fato de que ele pode ser jogado somente por diversão. Você pode jogar inúmeras rodadas sem usar nenhum tipo de marcação de pontos, e surpreendentemente, o jogo continua agradável.
Se você e seus amigos forem do tipo competitivo, existe um sistema de pontuação incluso nas regras com pontos ganhos de acordo com a quantidade de pessoas em cada partida.
Por exemplo: com sete pessoas jogando se você é o primeiro a esvaziar sua mão você venceu seis jogadores e recebe seis pontos, o segundo a esvaziar a mão recebe cinco pontos e assim sucessivamente até o ultimo jogador. Os jogadores acumulam pontos e o vencedor é o jogador com a maior pontuação após um número pré-determinado de partidas.
Para equilibrar a balança entre os aspectos sociais e competitivos do jogo pode-se jogar até que uma pessoa seja o Great Dalmuti um certo número de vezes, mas seja qual for a forma que você escolha, a diversão é garantida.
Quanto à estratégia, a primeira coisa a se ter em mente é tentar se livrar de todas as suas cartas o mais cedo possível. Se você descartar todas as suas cartas de numeração baixa cedo demais e ficar com os 11’s e/ou 12’s em sua mão, além de dificilmente vencer, é provável que você se torne um dos Peons na próxima partida.
O ideal é que após você se livrar das cartas de numeração mais alta, administrar bem as cartas de numeração baixa e conseguir ser um dos primeiros jogadores a esvaziar a mão. Isso lhe garantirá a posição de um dos Dalmutis na próxima partida e a vantagem dos impostos sobre os outros jogadores.
Há outros fatores que você pode adicionar ao jogo para torná-lo ainda mais social. As regras mencionam usar chapéus para identificar os títulos (quanto maior o grau melhor o chapéu) ou arranjar as cadeiras mais confortáveis para os postos mais altos e as menos confortáveis, para os escalões inferiores. Já que não temos o hábito de usar chapéus no Brasil, a sugestão das cadeiras é a mais válida.
Outra coisa que funciona bem em nosso grupo de jogo é atribuir funções (além das de recolher e distribuir as cartas) ao Lesser e ao Greater Peon, tais como servir bebidas e lanches.
Um dos únicos inconvenientes do jogo é o número recomendado de participantes. Enquanto a caixa recomenda de quatro a oito jogadores, descobrimos que com quatro, você tem muitas cartas e com oito, você não tem cartas suficientes. Considero ideal as partidas com cinco a sete jogadores.
A arte das cartas das cartas é um capítulo a parte no jogo. Todas elas são belamente desenhadas por Margaret Organ-Kean e ilustram perfeitamente o ambiente do jogo.
O jogo, por si só torna o Dalmuti um grande desafio, mas em minha opinião, a versatilidade é o que faz brilhar verdadeiramente. Se você é um jogador social, competitivo ou um pouco de ambos, você pode adaptá-lo ao estilo de jogo de sua preferência.
Não conheço ninguém que após jogá-lo com um grupo de amigos ou com a família disse não gostar do jogo. Na verdade, a maioria das pessoas consegue se divertir somente olhando outras jogarem. Se você tem um bom grupo de amigos ou tem o hábito de se reunir em família para jogar, The Great Dalmuti é uma ótima dica.
Listagem das cartas:
13 – Jester (Coringa)
12 – Peasants (Camponeses)
11 – Stonecutter (Cortador de Pedra)
10 – Shepherdess (Pastora)
9 – Cook (Cozinheira)
8 – Mason (Pedreiro)
7 – Seamstress (Costureira)
6 – Knight (Cavaleiro)
5 – Abbess (Abadessa)
4 – Baroness (Baronesa)
3 – Earl Marshal (Juiz)
2 – Archbishop (Arcebispo)
1 – Great Dalmuti
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