Redemption – O Card Game Bíblico
Após Magic: The Gathering introduzir no mercado o conceito de Card Game colacionável e alcançar um sucesso estrondoso em um curto espaço de tempo, outras empresas produtoras de jogos (ou não) perceberam aí um grande filão comercial a ser explorado.
Como resultado, em menos de um ano já existiam no mercado mais de cinqüenta jogos do gênero e destes, pouquíssimos sobreviveram até os dias de hoje.
Verdadeiros pesos-pesados como Senhor dos Anéis, Star Trek e Star Wars já estão fora de linha enquanto Redemption: The Biblical Card Game goza hoje dos títulos de “O segundo card game mais antigo em produção” e o do “Jogo com temática cristã mais vendido de todos os tempos”.
No auge da febre do CCG em 1995, Rob Anderson, o criador de Redemption, percebeu na Bíblia uma “maravilhosa fonte de inspiração para este tipo de jogo”. Com o seu lançamento o jogo atingiu uma fatia de mercado que não era alcançada pelos outros CCG, conquistando um público que permanece fiel até os dias de hoje.
Entre os fatores que contribuíram para a popularidade do jogo, além da temática, está a facilidade em se colecionarem os cards, já que as coleções são menores, e o longo espaçamento entre cada lançamento, cerca de um por ano.
Mecânica de Jogo:
No jogo existe uma batalha entre o bem e o mal acontecendo e os jogadores devem enviar seus Heróis para lutar contra as hordas malignas do oponente, com o objetivo de resgatar Almas Perdidas.
Todas as figuras presentes nas cartas, heróis e vilões, são personagens extraídos da Bíblia.
Para resgatar a alma perdida, deve-se iniciar o jogo colocando uma carta de Herói em batalha, o oponente por sua vez deve colocar em jogo uma carta de Vilão para tentar impedir o resgate desta alma.
Baseado nos números da força e da defesa dos personagens, os jogadores tem turnos para jogar cards com o objetivo de tornar seus personagens mais poderosos, até que um deles vença a batalha.
Se o vilão é derrotado (sendo descartado, convertido, capturado, ignorado ou removido do jogo) o herói resgata a Alma Perdida. O primeiro jogador a resgatar cinco almas perdidas, vence o jogo.
Tipos de Cards:
Existem oito tipos de cards no jogo, sendo eles:
– Personagens: Representam personagens bíblicos que estão tentando salvar as almas perdidas (heróis) ou impedir a sua salvação (vilões).
– Melhorias: Podem ser usados em personagens para incrementar a força ou a defesa dos Personagens.
– Dominante: Este tipo de card pode ser jogados a qualquer a qualquer momento e tem seu efeito aplicado instantaneamente. Por serem os cards mais poderosos do jogo, seu número por baralho é restrito.
– Localidade: Tipicamente abrigam a alma perdida e são palco das batalhas.
– Fortaleza: Situam-se no território do jogador e podem abrigar outros cards ou tem uma forma de efeito protetor sobre o jogador.
– Artefatos: Artefatos situam-se no território do jogador e atuam como complementação sobre outros cards do jogador, ou em uma batalha.
– Pacto: São uma combinação entre os cards de Artefato e de Melhoria.
– Maldição: São semelhantes aos cards de pacto, porém, malignos.
Cor dos Cards:
A cor dos cards de Personagem e Melhorias de Redemption é dividida em Brigadas. Uma certa cor de Melhoria pode ser jogada somente em personagens da mesma cor. Os Heróis e as Melhorias correspondentes são divididos nas seguintes cores: Azul, Dourada, Verde, Púrpura, Prata e Branco.
Os Vilões e suas respectivas melhorias têm as seguintes cores: Preto, Marrom, Carmesim, Cinza, Verde Claro e Dourada.
Campeonatos:
Além dos torneios regionais (que geralmente acontecem em Igrejas), anualmente é realizado um torneio nacional, organizado e patrocinado pela Cactus Game, a empresa produtora do jogo.
Também são realizados torneios com Deck’s e booster’s selados, nos mesmos moldes dos torneios tipo três de Magic: The Gathering.
Conclusão:
Redemption pode ser usado pelos pais como uma ferramenta amigável para incentivar crianças a estudar a Bíblia. Elas têm sua curiosidade aguçada ao ver os personagens nos cards e querem saber mais sobre eles, o que acaba os conduzindo a uma evangelização sem a necessidade de pregação.
O jogo, porém, não acrescenta muito para os jogadores mais experientes. Em termos de jogabilidade ele traz poucas inovações e se não fosse a sua temática é improvável que ele tivesse sobrevivido até os dias de hoje. Ainda assim, ele nos ensina uma lição interessante: investir em segmentos específicos de mercado pode render bons frutos.
Quem imaginaria campeonatos de um Card Game organizados e realizados em uma igreja? Nunca soube disso acontecendo com Magic: The Gathering, por exemplo. Principalmente nos Estados Unidos, país extremamente conservador e onde, alguns anos atrás, todas as cartas de Magic com referências demoníacas foram banidas.
Ah muito interessante mesmo aqui no Brasil será que tem gente que joga?
obs: Gente deem uma passadinha no Falando de RPG